TWIGGY USA CREME
ANTI-RUGAS INGLÊS
"MILAGROSO" E FICA COMO
HÁ TRINTA ANOS.
Mais uma polêmica pelo uso inadequado do PHOTOSHOP leva à proibição de um anúncio de um creme anti-rugas na Grã Bretanha. Isso me leva a pensar no profissionalismo de alguns publicitários que exacerbam no uso do PHOTOSHOP. A ferramenta foi desenvolvida para retocar, melhorar, mas não para "reconstruir" uma pessoa. A propaganda, a boa propaganda, não é enganosa. O profissional, o bom profissional, deve ter essa consciência.
A ASA (Advertisng Standard Authority) recebeu mais de setecentas reclamações e determinou a retirada do anúncio da mídia considerando-o "socialmente irresponsável" por passar às consumidoras uma falsa idéia do resultado de uso do produto culminando com um aumento da percepção negativa que elas têm quanto à própria imagem e ao envelhecimento. Prometer algo impossível de ser realizado é, sem nenhuma dúvida, propaganda enganosa. E automaticamente funciona como "anti-marketing", assunto que já foi abordado por mim há dois ou três posts.
O que mais causa espécie e tomar conhecimento da "visão" do fabricante, a PROCTER & GAMBLE, admitindo, por exemplo que os olhos de Twiggy (famosa modelo dos anos sessenta que fez sucesso por sua magreza incomum para a época, cabelos muito loiros e curtíssimos e olhos muito grandes, mais realçados ainda por causa da maquiagem pesada que usava) foram "levemente retocados" e não achar que "as imagens teriam tanto impacto, por se tratar de um produto para mulheres mais velhas, geralmente mais bem-resolvidas".
Há poucos meses foi publicado um anúncio da Ralph Lauren onde a modelo tinha a cabeça maior que os quadris, dado ao excesso do uso do PHOTOSHOP. Essa dentre tantas outras bobagens cometidas por insensatos fez o Parlamento Britânico obstar a continuação de anúncios ou até mesmo matérias que tivessem sido modificadas digitalmente.
Muitos anunciantes usam como argumento que "as pessoas não gostam de ver pessoas com corpos normais" e por isso modificam as fotos com a utilização do PHOTOSHOP.
Isso é mais que uma grande besteira. Haja vista a campanha do sabonete DOVE com mulheres magrelas, magras, cheinhas e gorduchas, bonitinhas, bonitas e lindas; mulheres normais, por assim dizer, que fez o maior sucesso entre o target, ou seja, entre as mulheres mesmo, justamente por apresentar como "garotas-propaganda" mulheres comuns, que são encontradas no dia-a-dia pelo mundo afora, ou seja, "mulheres possíveis".
Os EUA a toda hora divulgam pesquisas cujos resultados que a magreza excessiva mostrada em anúncios, comerciais e em desfiles de moda só contribui para diminuir a auto-estima das mulheres e aumentar os índices de anorexia, bulimia e de cirurgias plásticas estéticas totalmente desnecessárias.
Twiggy, anos 60.